Entre o Sujeito e o Objeto há o
Método: a influência de Comte e do Positivismo na Sociologia e em seu
nascimento.
A ideia e
concepção de ciência segundo a corrente filosófica positivista, deu início a
uma nova forma de pensar e produzir conhecimento no século 19, encontrando em
Auguste Comte seu óvulo imanente. Assim, tem-se sobre as mais diversas áreas do
conhecimento, entre elas a Sociologia, que a partir do movimento positivista
emerge enquanto ciência empírica, as mais variadas formas de transformação de
paradigmas na transição do sistema filosófico clássico para a era das ciências
modernas com a condição de imposição de limites lógicos e paradigmáticos, mais pragmáticos,
para uma outra possível interpretação e explicação da realidade.
Logo, acontece
a necessidade de instauração de novos métodos através das conceituações e
ramificações das categorias em gêneros e espécies, possibilitando a Sociologia,
ciência recém inaugurada, uma metodologia devidamente mais apropriada, segundo
a estruturação da ciência enquanto pensamento positivista nos moldes comteanos,
para a análise e observação e explicação determinando as causas e os efeitos
das manifestações da fenomenologia social aparente.
De tal modo
que, as fronteiras da filosofia são circunscritas no limiar da especulação
filosoficamente hermenêutica do positivismo, o que permitiram a Durkheim
metodologizar a principiologia que iria reger as ciências humanas como um todo
durante tão profícuo século. A função e papel de importância que cumpre o
positivismo é a possibilidade de abstrair da realidade um conjunto de regras e
normas, dentro de um desenvolvimento cientificista através da busca de padrões
e médias no comportamento do corpus social numa análise baseada no empirismo,
que originem paradigmas para a consubstanciação das manifestações das esferas
societais e suas explicações possíveis.
Do Conceitualismo: Durkheim
e o conceito de solidariedade social.
Por
conseguinte, o desvelamento de conceitos operados por Durkheim no interior de
uma ciência da envergadura da Sociologia, são desde seus alicerces fundantes,
ou seja, caracteres de princípios de contra pontos firmes às correntes sociológicas,
desdobraram-se doravante os estudos do autor de O Suicídio.
Entre eles na
sua tese de doutorado – Da divisão do trabalho social – encontra-se uma das
suas ideias centrais e uma bela caracterização de um possível organograma
social. A forma e a organização da sociedade a partir do trabalho têm impactos
e dispersa influências preponderantes no universo da cosmogonia Sociológica de
então.
Pois
que, passamos a um entendimento no qual a sociedade tendo como pressuposto a
supremacia do todo sobre as partes, justificaríamos de antemão a hegemonia do
coletivo sobre o individual e a lógica da reprodução pela representação e a lógica
da reprodução pela representação teria mais um conjunto de bases
intelectualmente estáveis.
De
sobremodo que essa individualização do coletivo por parte do ser social do
sujeito, se daria através de suas especificidades técnicas e práticas evidenciadas,
sobretudo, no trabalho, o que decorreria a todas as suas manifestações em
sociedade.
Não obstante,
em seu conceito de Solidariedade Social a
“consciência coletiva” sobrepuja a
individualidade, onde um “sujeito social”
prenhe de uma gama de “objetos subjetivos” como sentimentos, valores, e entes
sagrados comuns insere-se na dinâmica societal em função da coletividade
reproduzindo seus hábitos e crenças e se
materializam corolário a execução das letras jurídicas, qual no tocante
a aplicação do ordenamento penal (conceitualização e exemplificação do fato
social).
Consolidada
assim a interação simbiótica entre individuo e sociedade, percebe-se o imbricamento
do “eu” na superestrutura societal e a categorização dos paradigmas
durkheimianos para não só descrever, mas explicar os modos de intercomunicação entre
o ser social e a sociedade.
Cachoeira 13.04.2010.
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