sexta-feira, 20 de setembro de 2013

LAUDA XVIII

Max Weber : a Arte e o Belo (excertos).






“Um artista só quer ser artista, e por isso passa dias inteiros em seu ateliê, esculpindo, pintando, ou em um quarto , compondo, escrevendo. Tudo é arte, tudo lhe parece com arte. Ele não quer ser mais do que é.” 



“O belo não precisa ser verdadeiro, não precisa ser sagrado e não precisa ser eficiente.”

LAUDA XVII

Da Filosofia da Ciência



Nesta obra, K Poper debate sobre a significância e interesse dos problemas alicerçada na simplicidade de lhe dar com a problemática. E observa a relação entre a teoria cientifica e a especulação filosófica, estabelecendo um cárater e qualidade ao problema frente à audácia e originalidade da busca pela solução. O método é entendido como o meio crítico para solucionar os problemas, vendo na crítica uma tentativa de refutação.

"O método da ciência consiste em tentativas experimentais para resolver nossos problemas por conjecturas que são controladas por severa crítica. É um desenvolvimento crítico consciente do método "ensaio e erro." (POPER, 2004, p.16)

De certa forma, ergue-se ao campo de discussão o universo de tensão entre a noção de "saber e não saber" onde os problemas e soluções experimentais através do conhecimento revelam uma dialética entre os procedimentos de ensaio e erro. Nesse contexto da metodologia em Ciências Sociais, reconhecemos assim a objetividade do método crítico quando apontamos que "nenhuma teoria está isenta do ataque da crítica; e, mais ainda, que o instrumento principal da crítica lógica - a contradição lógica é o objetivo." (POPER, 2004, p.16)


POPER, Karl Raymund. Lógica das Ciências Sociais.RJ. 3º Ed.Tempo Brasileiro, 2004



quarta-feira, 18 de setembro de 2013

LAUDA XVI


A Escola de Manchester, que atinge em cheio a antropologia inglesa com nomes como Vitor Turner, alcança o ponto de  crítica ao colonialismo.Num exercício de expressão e significação das opressões entre grupos, através de estudos de modernização das sociedades, revelando ecos das categorias marxistas na antropologia, com foco na ação social em relação a estrutura social envolvendo estudos acerca de impasses e conflitos observados na vivência intensa e "dramática" dos agentes e atores sociais, numa perspectiva em que a agência - ação, atitude contra a posição do sistema de reprodução social - se apresenta enquanto inovação das convenções sócio-culturais (a ossatura).

Nesse sentido, o culturalismo americano – de Boas – em relação a aculturação quando do encontro de culturas diversas forma uma Antropologia do paradoxo. Nos anos 60 nos EUA, vive-se a efervescência de questionamentos sobre os processos coloniais, numa espécie de oposição ao estruturalismo francês, na revelação de uma ambiguidade, quando se adota uma postura de inversão e anti-estrutura, numa espécie de suspensão.

Reconhecendo o ensaio sobre os abusos verbais de Edmund Leach e um outro texto para uma microssociologia do teatro do social a partir de Goffman tem-se, numa dialética entre o estrutural-funcionalismo e o funcional-estruturalismo, uma abordagem a partir do "drama social" enquanto unidade fundamental de análise com enredo e personagens.

Onde o Estado se apresenta num intricado jogo de oposição e conflitos, num ambiente onde a crise é superada por uma ação mediadora com a qual no desfecho se encontra o reforço da estrutura - reforço dos laços sociais entre grupos. O ritual, um sistema de símbolos equacionados, revelando uma interface entre sujeito, realidade (identificada como estrutura cotidiana), a anti-estrutura (como momento extraordinário) uma espécie de auto reflexão, que contribui para relativização da estrutura num jogo ambíguo, paradoxal e conflitante.

A consciência, sinônimo de agência revela uma transição sociológica, que aparece no texto "liminaridade e comunitas" que um ideal coletivo compartilhado é resultado de uma interação simbólica, normativa, valorativa e ideológica onde os sentidos e significados são dados de forma externa através do contexto histórico e social daquela forma cultural. A anti-estrutura, o estado liminar, representado por um modelo alternativo e por vezes espontâneo, de características episódicas, num ambiente efemérico no qual um fato processual é orientado pela regularidade.

Estrutura social e símbolo no contexto ritual.



Turner (1967) no texto "Liminaridade e Communitas " apresenta pontos críticos sobre as formas e atributos dos ritos de passagem; Arnold Van Gennep (1960) aponta "fase liminar" dos rites de passage "ritos que acompanham toda mudança de lugar, estado, posição social, de idade" apontando uma dialética entre "estado X transição".

"Status da função - condição estável, recorrente e culturalmente reconhecida. Onde os ritos de passagem ou transição: revelam momentos de separação, margem(limem) ou agregação. Levando em conta características como um comportamento simbólico (afastamento) do grupo, estrutura social (condições culturais) - "Estado", a situação "limiar" que representa o intermédio onde o sujeito ritual (o "transitante") entre estruturas "ambíguas" experimenta frente o domínio cultural de "reagregação" e "reincorporação".

O sujeito ritual pode ser individual ou coletivo, e possui direito e obrigações que são válidos dentro dum sistema de posições apresentado de um lado pela "Liminaridade" enquanto estado de personae das pessoas, ambiguidade entre as posições, leis, costumes, convenção e cerimonial através de simbolos que ritualizam as transições sociais e culturais, onde se desconstroem/constroem o status. 

A "Communitas" representa-se enquanto laços de casta, classe, ordens hierárquicas e posições segmentares. onde o a pessoa e personas sociais "é como se fossem reduzidas ou oprimidas até uma condição uniforme, para serem modeladas de novo e dotadas de outros poderes para se capacitarem a enfrentar sua nova situação de vida"(p.118)

"Nas iniciações com longo período de reclusão, tais como os ritos de circuncisão de muitas sociedades secretas, há frequentemente uma rica proliferação de símbolos" (p.118)

A liminaridade como momento de mistura, ambiguidade, atrelada a submissão e santidade bem como homogeneidade e camaradagem é como dar forma objetiva a um " momento situado dentro e fora do tempo", "dentro e fora da estrutura social" de maneira que "fragmentado em uma multiplicidade de laços estruturais".

Num "sistema estruturado", político, jurídico econômico o "comitatus", esse período liminar, não estruturado revela-se como área de vida em comum e que tem no "sagrado" um beneficiário dos "rites de paasage" que modera a questão do indivíduo.

"Reconhecer um laço humano essencial e genérico, sem o qual não poderia haver sociedade" ( p.119)

E assim dialeticamente, numa experiência sucessiva, num jogo entre "communitas" e "estrutura" revela-se momentos de homogeneidade, diferenciação, igualdade e desigualdade. Num espaço em que se experimenta  "ausência de status", uma espécie de "limbo" da vida social. Na relação entre pessoas, grupos, categorias, segundo Turner, coexistem "encargos" que na experiência da vida, a estrutura, sinônimo do Estado, e a communitas, que refere-se as transições, configuram as formas de liminaridade de um rito, a exemplo o de investidura.
No ápice da hierarquia político-legal estruturada, temos a "comunidade total", uma unidade não-estruturada orientada pelo "poder místico" enquanto "fonte ritual" força "política e militar" X o que é "ritualmente potente", o ponto a se pensar é o poder ou poderes dos fracos, sob os quais, fraqueza e passividade representam transações diacrônicas.

Posição social, "estrutura", entende-se como a "sincrônia de certas pessoas, grupos e categorias sociais nos sistemas políticos, legais e econômicos" onde os poderes "liminares", ou seja, "inferiores", identificados como os poderes rituais dos fracos, numa objetivação de uma "função profilática", preventivamente de autocontrole e autodomínio entre estágios pré-liminares e pós-liminares. Exemplos de "ausência de sexualidade" submissão e "silêncio" onde a autoridade é concentrada na "comunidade total" e "esta comunidade depositária da gama completa dos valores da cultura, normas, atitudes, sentimento e relações." (p.127)
Revelação - Fala - poder - sabedoria: Epifânia.

O conhecimento=sabedoria do grupo, gera um novo "status" a partir de uma forma impressa pelo social e sua "estrutura de posições" após a indiferenciação da liminaridade.

"Uma pessoa incumbida de um alto cargo fica especialmente tentada a usar a autoridade de que foi revestida pela sociedade para satisfazer desejos particulares e exclusivos. Mas deveria encarar seus privilégios como dádivas da comunidade inteira, que em ultima analise tem um direito supremo sobre todas as suas ações. A estrutura e os altos cargos promovidos pela estrutura são assim considerados como meios para o bem estar público, e não como recursos de engrandecimento pessoal. O chefe não deve "conservar a chefia só para si" (P.128)

"A função purificadora exercida pela liminaridade não está confinada a esse tipo de iniciação, mas forma um comportamento de muitos outros tipos em várias culturas" (p.129)

Num exercício de amadurecimento e autocrítica da disciplina, o pensamento social da Escola de Manchester, reitera a ideia de que o ritual vivifica a estrutura. Como em Shalins em que o estrutural é conjuntural, de maneira performativa e prescritiva, e a mudança social é estabelecida e realizada num contexto ritual, e a mudança da estrutura tem na cultura um ente social orientados da ação e a mudança e interpretada pelo símbolo em evidencia na ação, onde se opera o conceito de "eficácia simbólica".

terça-feira, 10 de setembro de 2013

LAUDA XV


Enquanto o Blog não pode ser devidamente atualizado deixo-vos com este endereço onde se encontra o texto:Notas sobre um texto fundamental: A Bahia crítica de Osmundo Pinho, publicado no Café com Sociologia.