Na Grécia antiga, o saber era
conceitual, filosófico, ou seja, aquele capaz de sintetizar as experiências,
tirando-as de sua desconcertante multiplicidade e reduzindo-as a uma sentença
esclarecedora e universalmente válida. Na Idade Média, o saber haveria de
servir a Deus - era teológico. No Renascimento, o saber deu início ao curso que
o marcaria até hoje, estando ligado à experiência, ao contato direto com a
natureza, com os corpos. O saber teria de ser harmônico com a natureza, teria
de ter uma forma. Assim, o saber se assemelhava à arte, era quase estético, de
um lado, e técnico de outro. Ou seja, a ciência sempre servia a uma outra
esfera, ou melhor, confundia-se plenamente com ela: com a filosofia, com a
teologia, com a arte, com a tecnologia. E agora? E no texto de Weber, a ciência
é filosófica, teológica, estética, tecnológica?
PIERUCCI, Antônio Flávio. O desencantamento do mundo:
todos os passos do conceito em Max Weber. São Paulo: Ed. 34, 2003.
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