quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Lauda XXVII

  DURKHEIM E AS FORMAS ELEMENTARES DA VIDA RELIGIOSA:

Apontamentos dispersos de uma leitura não sistemática.



Religião, ciência, filosofia, arte: revolução? Na leitura do texto que foi no título anunciado, a religião é apresentada como uma “forma elaborada de conhecimento.” Esta, orienta noções de tempo, de espaço, de gênero, de número, de causa, de substância, de personalidade, etc. A “ossatura” social, derivada da religião, atua enquanto uma percepção de um estado mental coletivo.
É um quadro abstrato e impessoal que envolve não apenas nossa existência individual, mas, a da humanidade.” (p.17)

Kant e a experiência do conhecimento, a apreensão do real, essa e outras questões estão na raiz do pensamento do sociólogo francês, com o desenvolvimento de uma sociologia fundada num neokantismo voltado para os problemas sociais, “decalque”...

Questões de contradição, identidade então determinadas por regras históricas e sociais aliadas a contribuição mental, que alcança na universalidade um lugar comum dos espíritos, como por exemplo, a necessidade de nomear, sob a qual se apresenta a contradição entre o conhecimento a priori e o sujeito enquanto operário da construção do real.

 “importa ainda examinar o que é a religião de uma maneira geral. É o problema que, em todas as épocas, tentou a curiosidade dos filósofos e não sem razão, pois interessa à humanidade inteira.”

É claro que voltado a resolver os problemas da filosofia transcendental de Kant, Durkheim opera uma crítica ao método dialético. E avança em suas exposições

“Como todas as religiões são comparáveis, e como todas são espécies de um mesmo gênero, há necessariamente elementos essenciais que lhe são comuns” 

“As semelhanças exteriores supõem outras que são profundas” e “ Na base de todos os sistemas de crença todos os cultos, deve necessariamente haver um certo numero de representações fundamentais e de atitudes rituais que, apesar da diversidade de formas que tanto uma como outras puderam revestir, têm sempre a mesma significação objetiva e desempenham por toda parte as mesmas funções. São esses elementos permanentes que constituem o que há de eterno e de humano na religião; eles são o conteúdo objetivo da ideia que se  exprime quando se fala da religião em geral.”


Meios, ritos, circunstâncias, crenças diferenciam os modos de experimentar a atividade religiosa. Sacerdotes, místicos, monges, leigos, racionalistas, teólogos e profetas são categorias que definem o sistema religioso em Durkheim, onde expressões de sacrifício ou profetismo, a vida monástica ou de mistérios são formas de “encontrar os estados fundamentais característicos da mentalidade religiosa”. 

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